Made in Mogi

SAWAY E O MADE IN MOGI

O Made in Mogi foi um momento marcante da história da música autoral do Alto Tietê. Na primeira edição, o Saway foi convidado pra encerrar o Festival e o público presente cantou sucessos como Sentido da Luz e What´s Better. Além de tudo o artista, que procura incentivar e prestigiar o trabalho de outros artistas, e sempre buscou no sentimento verdadeiro de união e cooperação um caminho pra se atingirem objetivos em comum, convidou pro palco alguns músicos regionais pra participarem de alguns momentos de seu show. Além das nacionais e internacionais cantadas de sua autoria, interpretou 2 clássicos nacionais: “Indios” do Legião Urbana no formato acústico com percussão, contrabaixo acústico, violão, dueto de vozes, além de interpretar também a música “Até quando esperar” – Plebe Rude, sucessos esses que trazem reflexões profundas nas letras que o Saway também busca transmitir ao seu público, e pouco desses momentos emocionantes que você pode conferir no link no video abaixo.

SAWAY, UNINDO ARTISTAS

Saway se envolveu diretamente na SucessoFest Produções pra que esse festival acontecesse. Era um sonho dele reunir artistas regionais. E pra encerrar seu show e o festival e com os presentes no Teatro já envolvidos em seu show, o artista convidou alguns amigos e participantes desse dia pra cantar a última música nessa noite, Sentido da Luz, com participação do público, encerramento com alta energia, o Saway saiu do palco e foi até o meio do público que chegou ao êxtase, foi encerrado assim o festival com muita vibração, se tornando um marco para a história mogiana e também regional do Alto Tietê.

CONFIRA

Made in Mogi – Quando um artista toma a frente, coisas extraordinárias podem acontecer.
Eu, Saway, vou contar a história desse festival pra vocês.
Essa história foi muito marcante porque eu provei pra mim mesmo que podia realizar algo difícil, que liás parecia impossível mesmo com inúmeras dificuldades e barreiras.

Quando eu fundei o grupo Made in Mogi, foi com a finalidade unir músicos e artistas autorais e propagar a música conjunta e envolver todos numa atmosfera de “um querer o bem do outro” para conseguir chegar a esse objetivo divulgar a música autoral. Comecei com uma pequena turma convidando um a um a entrar em um grupo de whatsapp para que formássemos um grupo que se apoiaria e criei uma playlist no spotify “Made in Mogi” que estaríamos divulgando e nós mesmos ouvindo as músicas um dos outros para que conhecêssemos as obras de cada um e nos aproximássemos.

A ideia é de que pudéssemos criar uma cena e assim fortalecer o trabalho de todos. Trabalhos esses que eu via, eram na maioria muito promissores mas sem nenhuma perspectiva de serem conhecidos regionalmente. Afinal, em sua maioria, os artistas lançavam seu álbum e não faziam shows para divulgá-lo, além de não conseguir divulgar adequadamente seus trabalhos na internet (talvez por falta de conhecimento de marketing musical) ou mesmo ficavam sem ânimo ou não conseguiam espaço pra poder divulgar esse trabalho.

Eu como artista sempre tive uma veia de estudar o marketing da música, de planejar e produzir meus próprios shows, mas reparava que, na média, não acontecia assim com outros músicos. Então entendia, que se não tivesse ação, alguém que puxasse o trem, não iria rolar pra muita gente. Coloquei todo meu altruísmo a prova ao começar a implementar do zero tudo isso, afinal só o fato de ter essa ideia e inicia-la já foi alvo da crítica de muitos músicos que diziam isso ser uma espécie de “panelinha” pois assim sempre foi a cultura na região de Mogi das Cruzes em que os músicos nunca entenderam que na parceria e na auto ajuda todos ganham.

Ganhei muitos “não quero participar” e ficava sabendo de gente falando mau de mim pelas costas. Realmente era tudo só uma concepção, sem nada concreto ainda, pois só poderia ser feito com a ajuda mútua. Felizmente, tem aqueles que acreditam em você, mesmo aquilo parecendo ser utópico e sem sentido. Tem gente que enxerga a luz no fim do túnel, que deseja cooperar e construir algo juntos.

Os primeiros a entrar, lembro do Rui por exemplo, que indicou outras pessoas, assim como Gui, Breno, Thais, Déo… e assim as pessoas foram vindo. Mas começou com poucos, e a “ordem” do dia eram: rodem essa playlist aqui no spotify sempre, costumava dizer pra eles que se nós não nos ajudássemos ninguém iria nos ajudar. Tudo começava e terminava em nós mesmos. Assim, começamos não só a ouvir a playlist e conhecer o trabalho mútuo de cada um, como a divulgar essa playlist que aos poucos foi ganhando corpo com mais artistas que chegavam e adesões a essa playlist.

Certa hora, após uns 10 meses, chegou a ideia de realizar um festival. Convidei a produtora a organizar, mas ela não conseguiria viabilizar o mesmo. Precisaria de verba financeira pra custear local, divulgação, ingressos, técnicos e profissionais que trabalhariam nesse festival, e assim por diante. Vi que esse meu sonho estava se expandindo para novos horizontes, e não podia deixar essa vontade que vi que não era só minha, morrer. Eu mesmo, não estava em um momento financeiro bom pra assumir esse festival, mas acredito que quando temos vontade não existe obstáculos.

Defini 4 artistas contando comigo que tocariam nesse festival, e resolvi então, bater de porta em porta de comerciantes e empresas, alguns conhecidos meus outros não, e apresentava meu projeto “maluco”. Muitas portas se fechavam, mas outra se abriam. Foram muitos dias e semanas em baixo de Sol. Eu “maluco” que sou, já tinha marcado a data no Teatro principal da cidade e não podia voltar atrás. Resumindo, eu joguei propositalmente o chapéu do outro lado do muro, e agora eu tinha que dar um jeito de escalar esse muro pra pegar o chapéu do outro lado.

Fiz isso pra que eu não me autossabotasse e desistisse. O festival iria acontecer de qualquer jeito, e o dinheiro iria aparecer. Não apareceu realmente rs, tive que conquistá-lo. Saber conquistar um patrocinador e demonstrar as vantagens de divulgação em um festival que nunca aconteceu, não é tarefa fácil, mas minha vontade, aliado a expertise que busquei no marketing, aliado a algumas decepções com empresários da música que me “passaram pra trás” mas muito me ensinaram (pois sempre procurei aprender com o que estavam fazendo), tudo isso me deu suporte pra que eu no final de quase 2 meses tivesse a verba necessária pra custear as despesas do festival.

Não tinha como pagar o cachê pra cada artista (nem pra mim mesmo), então defini que cada artista teria seus ingressos pra venda e que o cachê de cada um sairia da venda desses ingressos para o público que fosse assistir o 1º Made in Mogi festival.

Nesse meio tempo, o que seria somente uma participação minha, já tinha virado o comando do evento total, e a hora que menos percebi, tinha consumido todo meu tempo no meu cotidiano. Tudo que fiz foi por um ideal, e isso que me dava forças.

Divulguei em redes sociais usando parte do patrocínio arrecadado, e com flyers físicos e digitais, cartazes, usei do meu conhecimento e amizades pra chegar a jornais locais importantes. Conseguimos divulgação maciça em alguns jornais dentre eles os tradicionais “A Semana” e “O Diário de Mogi”.

Quando pedia ajuda aos outros artistas eles procuravam assim colaborar da melhor forma que podiam, mas a essa hora, estava meu nome em jogo, minha credibilidade na região, a realização disso passou a ser necessária e questão de honra.

Cada vez mais me dedicava pois não apenas esse festival tinha que acontecer: ele tinha que acontecer da melhor forma, dentro do melhor que eu poderia fazer. Fiz direção executiva, produção artística do evento, marketing, contratação de pessoal, fiz praticamente tudo. Todo esse trabalho por um sonho, por um ideal, parecia que começava a andar.

Chegou o grande dia, 7 de março de 2020, poucos dias antes de serem noticiadas as primeiras contaminações no Brasil pelo surto da Covid que virou uma pandemia. Mais alguns dias e esse festival seria cancelado, afinal o medo tomou conta da população e começou-se a campanha de se ficar em casa. Imagina, depois de tanto esforço, abdicação e foco, o festival ser adiado? Pois não aconteceu o pior, e sim o melhor com a realização desse festival, pois não se tinha ainda conhecimento do vírus.

No dia, o teatro não estava lotado, mas percebia um clima de ansiedade pelo início dos shows. Tudo estava pronto, cada artista tinha ensaiado sua banda, equipe, os técnicos passaram o som – não só da minha banda como das demais. Eu me dividia entre artista, que iria mostrar meu trabalho autoral no festival, e como produtor que tinha que tomar conta de absolutamente tudo pra que nada pudesse sair fora do previsto. Ficou acordado com os outros artistas a ordem de apresentação entre nós, e por unaminidade, que eu encerraria o festival com o show do álbum recém-lançado ´Sentido da Luz´.

Na tarde da preparação, ainda no teatro, recebi uma ligação inusitada: a afiliada da Rede Globo de Televisão no Alto Tietê ficou sabendo desse festival e nem sei como, chegou ao meu número. Perguntaram se eu poderia conceder uma entrevista e se eles poderiam transmitir ao vivo no Telejornal a noite o Made in Mogi, e eu claro que não só aceitei como fiquei extremamente entusiasmado com isso. Aliás nem acreditava no que estava acontecendo e a ficha começava a cair: o Festival, que não era nada, era só uma ideia, chegaria a milhões de lares ao vivo, e eu, além de artista e poder mostrar meu trabalho, estaria sendo entrevistado ao vivo pela rede Globo durante o festival, o que aconteceu e foi mais uma grata recompensa. Acredito que quando fazemos as coisas com máxima sinceridade, sem ficar se enroscando em emoções negativas e firmarmos um propósito que ajude a todos em sua volta, Deus te recompensa da forma que você menos espera. Coisas extraordinárias acontecem!

Todos os shows no palco do Teatro Vasquez foram lindos, emocionantes, únicos e eu me emocionava a cada um deles. Afinal, pra mim era gratificante ver como a união podia realizar coisas incríveis. Eu fiz tudo aquilo, mas sem a participação dos artistas e engajamento deles nas minhas maluquices nada teria acontecido. Que satisfação ver cada música boa ser conhecida pelo público.

Tudo foi documentado e tem muitos vídeos na internet. Meu show, eu encerrei com participação de todos eles no palco, cantando Sentido da Luz. Não consigo explicar a emoção que tomou conta daquele lugar, da empolgação de um que participou, de cada um que assistiu. Foi uma noite mágica, mas sobretudo para mim, que pude ver tudo isso nascer e trabalhei duramente pra isso.

Foi uma lição pra mim mesmo, pros meus dias que viesse a ter dúvida sobre meu trabalho musical e sobre como apresentá-lo. Aprendi que não existem desculpas, não existe o que possa te parar se você quiser realizar algo. Qualquer dificuldade, pode ser usada como motivação, afinal, onde tem obstáculos, impedimentos, é porque tem algo a se realizar. Algo que é incrível a se realizar. Nada que é bom o suficiente, acontece sem contratempos.

Se você tem uma barreira na sua frente, corra ainda mais rápido e pule ela. Não acredite que vai tropeçar, mas que você vai superar essa barreira, mas se por acaso tropeçar, somente se levante, não reclame, e tente de novo.
Posso me dizer que foi mágico meu show, e olha que não tive tempo pra produzi-lo como gostaria afinal tive que me preocupar com todos. Mas no show aconteceram momentos mágicos, que jamais poderia sonhar. Consegui homenagear um fã de uma de minhas canções, mas não preparei, mas dias antes ele tinha falecido, era um grande fã. Essa música foi relançada ao vivo.

Momentos de emoção também nas partitipações com os convidados, com minha banda que desempenhou absurdamente nas minhas canções do EP. Foi incrível ver amigos e fans no Teatro cantando minha música. Posso dizer que me empenhei em prol de todos, e até esqueci de mim. Mas no final, fui recompensado de uma maneira que nem imaginava.
Esse Made in Mogi, foi o primeiro de outras edições que decorreram após anos. Foi símbolo de união, superação, do idealismo e da realização.